Segundo estudos recentes, mais de 26% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade. Dentre os sintomas desse quadro, temos as preocupações excessivas, o que compromete de maneira significativa a qualidade de vida das pessoas e o seu convívio social.
O mundo contemporâneo é ansiógeno. Para cada tarefa concluída, existe a próxima, e a próxima, e a próxima, em um sistema hiperprodutivista abundante em mandatórios: prazos cada vez mais curtos, oferecimento de um leque cada vez maior de produtos, multifuncionalidade no trabalho que beira à busca pela completude do ser. Ao se ver diante de demandas infindáveis de consumo, de modos de se apresentar na vida, de funções a executar, o sujeito vive em um descompasso no tempo, sempre fora daquilo que achava que tinha que ser, ou muito aquém ou muito além dele.
A Psicoterapia pode ser uma pausa nesse ritmo descompassado, permitindo com o que o sujeito se dê conta das lógicas que o fazem acelerar ou pausar frente aos desafios colocados dia-a-dia para ele. Abre-se a possibilidade para um redimensionamento psíquico da relação do sujeito com o desejo, reduzindo a captura desse desejo pelos imperativos do mundo e ideais de ser e estar na experiência humana. Em meio ao campo minado da sociedade contemporânea, através da Psicoterapia, o sujeito pode entrar em conexão com aquilo que lhe é particular, próprio aos seus percursos, saindo de uma posição meramente alienada às apelações externas que lhe causam muita angústia.