Dor Psíquica

“A dor é minha. A dor é de quem tem”. Marisa Monte

A dor é uma inscrição única, o que significa que se apresenta de forma diferente para cada sujeito. Dois indivíduos podem passar pela mesma situação, mas certamente não a terão vivido da mesma forma. Cada pessoa torna a dor pessoal a partir de suas lembranças, das particularidades de sua história, sua criação, seu contexto, seu momento. Logo, medir a dor do outro a partir da própria vivência ou a partir de escalas universais é bastante equivocado. Torna-se fundamental sustentar a diferença para que haja um resgate da subjetividade e da singularidade dos sujeitos.

Vivemos numa sociedade em que a tristeza e a dor são intoleráveis, sendo praticamente obrigatório que as pessoas estejam felizes e produtivas o tempo todo. Não se dá a devida importância à riqueza do trabalho psíquico em meio à dor. O tempo necessário para a elaboração de um abalo sofrido é suprimido, uma vez que são propostas medicações que retirem o quanto antes qualquer perturbação daquele que sofre.

Sobre as dores, inerentes à vida, Lou Andreas Salomé, psicanalista da época de Freud, afirma que “longe de necessariamente destruírem a totalidade do ser, podem, inclusive, muitas vezes, promovê-la, na medida em que além das pulsões vitoriosas também as derrotadas dolorosamente consigam fazer-se sentir, todo o si mesmo torna-se como que mais consciente de suas proporções, muito mais do que era possível em paz. Entre prazer e perda, o si mesmo eleva-se a uma maior intensidade de vida (…)”.

Em uma psicoterapia, abre-se espaço para que essa dor seja ouvida e para que, por meio das palavras e associações do paciente, ela seja nomeada e significada. Narrar uma experiência é um modo de se aproximar dela e de recriá-la, dando novos sentidos ao que foi vivido.

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